Ao assumir a UNIFEI nos deparamos com a situação
do setor de obras, o mais fragilizado de toda a universidade, justamente aquele
que movimentava a maior parcela de nosso orçamento.
Encontramos uma equipe desmotivada, com baixa
autoestima decorrente de anos de assédio moral, conforme depoimentos de servidores
do setor. Antes dessa gestão as obras chegaram ao descalabro de ter apenas um
fiscal de contrato, justamente o assessor especial trazido pelo ex-Reitor, fora
de nossos quadros, para ocupar a direção do setor de obras. Recebi depoimentos de servidores que tentaram apelar para a vice-reitoria, ocupada pelo atual
candidato, o Sr Paulo Shigueme, contra o sistemático assédio moral de que eram
vitimas. Foram recebidos com a frase de que "não se esqueçam que estão em
probatório".
Não foi fácil, para atingir o estágio de
competência e responsabilidade que hoje desfrutamos foram feitas várias
tentativas. A chefia da atual Diretoria de Obras (DOB) mudou três vezes ao
longo desse período.
Além do que, as seguintes diretrizes passaram a
conduzir os trabalhos da DOB.
· Alocamos pessoas competentes do próprio quadro da UNIFEI para dar
assessoria técnica e administrativa. Novos servidores passaram a fazer parte do
quadro da DOB.
· A documentação foi colocada em dia, em uma situação que, ao
iniciar a nossa gestão, haviam até mesmo vários projetos desaparecidos. A
título de exemplo, chegamos a encontrar o projeto do novo prédio do IRN,
réplica do prédio 9, nas mãos de um empreiteiro.
· A fiscalização passou a ser rigorosamente formalizada e
documentada, executada exclusivamente por nossos servidores técnicos. Além do que tornou-se
mais severa, com estrita intolerância a toda e qualquer forma de aditivos e
sobre-preços. Para tanto, contamos também com a atuação enérgica de nossa
Procuradoria.
· A gestão dos processos tanto na área de compras e licitação quanto
técnica tornou-se mais célere e efetiva e passamos a monitorar escrupulosamente
as etapas processuais desde o processo de licitação até a execução e
fiscalização.
· Não se admite mais a fragmentação
de licitação entre materiais e execução. Essa prática levava a descompasso
entre a execução e a disponibilização dos materiais. Fato esse que, associado
ao descontrole de materiais na quantidade e no prazo, implicava em atrasos
sucessivos nas obras. Tais atrasos eram usados como justificativa para aditivos de prazos seguidos de
aditivos de preços. Resultado, obras mais lentas e caras. Nossa politica tem
sido a de licitar o pacote completo, execução e materiais requeridos, conjuntamente. Dessa forma a responsabilidade é integralmente imputada ao empreiteiro.
· Executamos nossas obras de
acordo com as tabelas sugeridas pelo Tribunal de Contas (TCU), Sinapi e Setop. Sob
hipótese alguma fazemos pesquisa local de preços. Nunca acreditamos na falácia de
que Itajubá estava no "triângulo das bermudas", termo esse usado para
justificar a não utilização das tabelas oficiais. Afinal, aprendi com a
Universidade Federal de Viçosa (UFV) que se lá, em uma região comparativamente
a Itajubá mais distantes dos grandes centros aqui, perto de São José dos Campos,
Rio e São Paulo não haveria mesmo razão alguma para não utilizarmos as tabelas
oficiais. O resultado foi o planilhamento de materiais mais baratos,
incorporados em nossas licitações.
Todas essas medidas transformaram uma área
desacreditada e desrespeitada pela própria reitoria de então em uma área de excelência,
cujo desempenho já é reconhecido por outras instituições. E isso com gente nossa, sem precisar de "auxilio" externo.
Um dado interessante é que somos capazes de
dizer exatamente qual o preço de nossas obras, coisa que não conseguimos, de
forma alguma, determinar em relação às obras da gestão anterior.
Essa experiência é um dos nossos melhores casos
de sucesso, exemplo de competência técnica e zelo ético pelo recurso público.
Imaginar que possamos reverter aquele estado de
gerenciamento caótico e obscuro de obras e reformas é algo inconcebível.
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