terça-feira, 30 de agosto de 2016

A mulher e a UNIFEI

Nunca discutimos institucionalmente a condição da mulher na UNIFEI. Essa questão, de crucial importância, que tem sido objeto de crescente interesse em nosso país, nunca foi abordada na UNIFEI até há muito pouco tempo atrás. De fato, posso afirmar que fomos acionados pela área de saúde e pela Ouvidoria e Comissão de Ética acerca de demandas que têm procurado esses órgãos. Ao mesmo tempo redes sociais de membros da comunidade UNIFEI passaram também a abordar especificamente a condição da mulher aluna e servidora na instituição. Em todas essas questões estão presentes os grandes temas próprios das relações humanas tais como a saúde, a odiosa cultura do estupro, o respeito profissional, a misoginia, políticas de empoderamento, o protagonismo nas relações institucionais e mesmo de comando na instituição.
Portanto, decorrente de uma época não haviam fóruns específicos que discutissem questão de tal magnitude foi necessário que algo fosse feito a respeito. Meu entendimento é que a criação e desenvolvimento, expontâneo de fóruns de discussão variados, como por exemplo aqueles que sejam capazes de analisar a condição da mulher como aluna e como servidora, assim como de todo e qualquer gênero passa por uma necessária reflexão que considera fundamentalmente as relações humanas e as coloca como protagonistas na criação de políticas internas específicas. Ao admitir como principio que nenhuma forma de preconceito é admitido apenas destaco que toda ou qualquer política de afirmação, de empoderamento, deve partir da comunidade sendo a essas manifestações permitida o acesso aos setores decisórios da universidade de tal forma a garantir sustentabilidade no que tange a justiça e correção que devem permear as relações interpessoais.
Gostaria, por fim, de ilustrar algo muito curioso que aconteceu nesta gestão. Não houve uma preocupação especifica quanto a ocupação de cargos de comando na universidade por mulheres. Simplesmente aconteceu, baseado em mérito e competência os cargos foram sendo ocupados, sendo que chegamos a 15 cargos ocupados por mulheres de um total de 45 CD (Cargos de Direção) em dada ocasião. O curioso é que em levantamento recente cerca de 50% dos servidores docentes e técnico-administrativos da UNIFEI são do sexo feminino.  Embora estejamos ainda longe do ideal, que seria o percentual equivalente, posso afirmar que foi uma agradável surpresa. No entanto, me pergunto: como garantir sustentabilidade a iniciativas como essa, por exemplo, de tal forma a não revertermos a uma condição onde posturas misóginas possam tomar lugar na UNIFEI?
Questões como essa devem passar a fazer parte da discussão sobre o que é ser  uma universidade nesse novo tempo.

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