terça-feira, 30 de agosto de 2016

Desafios conceituais

O que eu tenho praticado e falado ao longo dessa jornada é sobre uma universidade pública, responsável com o dinheiro publico, com discussões coletivas onde os nossos especialistas e alunos possam se manifestar, onde haja transparência nos atos de quem comanda.
Com dirigentes que de fato se preocupem com pessoas e não se resumam a ter uma fala macia e superficial, mas que não resolve as questões mais criticas e se esquecem de fazer ações que possam de fato trazer o melhor para o coletivo.
Eu penso em uma instituição que seja mais responsável socialmente, Que de fato foque em seus propósitos para bem preparar nossos estudantes para a vida profissional.
Que ela possa construir o novo sem desprezar nosso legado.
Que as várias expressões da universidade, as engenharias, as ciências básicas e sociais, encontrem abrigo, na progressão docente, na obtenção de recursos nos editais, na manifestação em fóruns variados de seus interesses, e visões.
Essa é a universidade que estamos nos tornando em uma proporção que muitos ainda não se aperceberam.
Apesar das dificuldades que esse processo traz, apesar dos reparos e aprimoramentos que sim esse modelo ainda precisa para ter editais mais justos e representativos de todos os segmentos, eu não tenho a menor dúvida de que essa é a maneira pela qual estamos criando a UNIFEI como universidade de fato, preparada para esse novo milênio onde questões éticas e tecnológicas se cruzam para gerar o conhecimento  e ações que de fato o pais precisa para ser uma nação mais próspera e mais justa. E tudo isso ocorrendo em meio a enormes desafios  internos e externos para a universidade publica que depende de numerosos instrumentos, tais como:
1. Na consolidação de um corpo técnico e administrativo de alta qualidade e comprometimento para a boa gestão da coisa pública focada nos propósitos acadêmicos de ensino, pesquisa  e extensão. 
2. Na avaliação da progressão docente respeitando diferenças entre a área de engenharia e as demais, que necessitam de critérios diferenciados.
3. Pela inclusão de mecanismos orçamentários para garantir sustentabilidade na extensão social que nos permitam dar suporte mais adequado a iniciativas tais como levar a ciência pra praça, trazer a sociedade até a universidade. E como resultado, mudar pra melhor a região em que vivemos.
E tudo isso em meio à incerteza acerca dos recursos para a educação e a universidade publica. Apesar de sermos talvez a única IFES do país a ter tido aumento de 70% na consolidação de capital, por conta do Reuni que aqui estava atrasado suponho eu, ainda assim vamos ter o ano que vem com corte superior a mais de 2 milhões de reais. O que é pior é a perda de protagonismo da universidade publica federal e do congelamento dos recursos da educação por 20 anos como prega a PEC 241.
Quero dizer de meu entusiasmo em estar a frente da universidade nesses quase 4 anos. Tem dias e tem dias. Nesses momentos em que tudo é tão mais custoso mesmo assim, vale tão mais a pena pelo fato de que apesar de tudo a universidade está melhor do quando assumimos a instituição, mas há muito mais do que a vista alcança.
Vale a pena continuar sendo administrado dessa forma e aprimorar esse modelo ou vamos retroceder àquela maneira personalista, confusa e obscura de se tocar a universidade?
Não confundam, meus caros, temperamento com caráter. Vou me sentir muito honrado com o voto de cada um de vocês, mas sei que no fundo o voto é mesmo uma mera consequência.
Analisem de maneira ponderada e deixem a emoção de lado. A história de vida ética e profissional de cada um conta aqui. A obra de cada um, assim como a qualidade das promessas se são factíveis, realizáveis, prudentes, justas, compatíveis com o momento que o país atravessa.
E a universidade vale mais e merece mais respeito e merece ser bem cuidada porque simplesmente a universidade somos todos nós.

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